“Eu sempre me considerei uma mulher muito forte e independente. Desde cedo, senti e aprendi que precisava dar conta de tudo sozinha, que precisava fazer, realizar, ter atitude.

Comecei a trabalhar e me virar cedo, entrei logo na faculdade, sempre fui decidida sobre o que fazer, tomava iniciativa no que queria, me considerava madura pra vida de forma precoce.

Aprendi que não podia depender de ninguém, especialmente de homem, e me tornei extremamente fazedora, decidida, posicionada, agressiva e controladora. Criei uma armadura para tentar ser forte como acreditava que precisava ser. Era tão visível isso, que tiveram colegas que um dia me disseram que eu tinha mais testosterona que muito homem.

E de certa forma, eu via como algo positivo, mas não fazia ideia do quanto isso estava relacionado com a minha energia masculina ferida, desmedida…

Além disso, sempre fui preocupada com os outros e focada em ajudar a resolver os problemas dos outros, mas tinha muita dificuldade em pedir ajuda.

Quando fui para um relacionamento amoroso mais duradouro, os reflexos dessa minha postura foram arrebatadores. Demorei para começar a perceber, mas era nítido o quanto eu estava no lugar do homem da relação.

Formamos uma família e isso ficou cada vez mais forte. Eu sentia que precisava resolver tudo e na verdade era isso que acabava acontecendo.

Eu tomava a frente para resolver desde os problemas financeiros, consertos na casa, no carro, organização da rotina, até um passeio e momentos de lazer com os amigos.

Achava meu parceiro muito passivo, sem atitude, sem posicionamento…para não dizer um “banana”, fraco, que mais parecia um menino.

Me sentia sobrecarregada, exausta, irritada, reativa, não tinha paciência com o meu parceiro, era mandona e não sabia pedir, via defeito no que ele fazia…como consequência, fui perdendo a admiração por ele, não confiando na força e capacidade dele, me desconectando da relação de casal, me afastando da intimidade, me sentindo infeliz, pesada, vazia, as brigas começaram a aumentar, até essa situação chegar na separação…

Quando passei pela separação, uma voz interna me dizia que eu precisava fazer um mergulho profundo para entender tudo que estava vivendo. E assim eu fiz…comecei uma grande busca por autoconhecimento, curas, transformações…e, mesmo que racionalmente eu não quisesse, logo entrei em outra relação.

Depois de um tempo, começaram a surgir os problemas e eu me vi revivendo um mesmo padrão no relacionamento.

Eu resolvia tudo, organizava passeios, fazia as compras, não dava espaço para o outro fazer as coisas, não sabia pedir e receber ajuda, tomava iniciativa na hora de namorar em praticamente todas as vezes e me sentia rejeitada por não haver reciprocidade.

Algumas situações me levaram a reviver aquilo que mais me incomodava no relacionamento anterior e me trouxeram gatilhos para dores antigas e profundas.

Foi então que eu tive um insight:

Como eu já estava em uma jornada de tomada de consciência, comecei a me questionar o que essa repetição queria me mostrar.

Foi por meio dos conteúdos e cursos sobre relacionamentos que busquei com o Paulo Pimont, que eu tive a grande virada de chave: isso que estou repetindo tem muito mais a ver comigo do que com o outro.

Tomei consciência que os problemas que eu repetia tinham justamente a ver com a minha postura muito masculina e com o fato de eu estar ocupando o lugar do homem na relação e que somente eu poderia fazer algo para mudar essa realidade.

Se eu não curasse a causa raiz disso, poderia me separar mais uma vez, mas não ia resolver e logo ali na frente estarei transferindo as mesmas questões para outro relacionamento.

E o mais importante: compreendi a verdadeira origem dessa desordem e o quanto isso estava relacionado com a minha própria história e meu sistema familiar .

Quando eu era criança meus pais se divorciaram de uma forma um tanto traumática. Meu pai foi embora e minha mãe ficou sozinha para cuidar de mim e dos meus irmãos. Vivemos situações bem difíceis e eu vi minha mãe sofrer muito, tendo que dar conta de tudo. Inconscientemente, ocupei o lugar do meu pai para ficar ao lado dela e ajudar.

Esse movimento não só me tirou do lugar de filha e me levou para a energia masculina, como fez com que eu julgasse e excluísse meu pai e criasse uma imagem de que os homens são fracos.

Algo que ficou muito claro pra mim é que eu só conseguiria respeitar outros homens quando eu respeitasse o meu próprio pai.

Só conseguiria ver a força dos homens, quando reconhecesse a força do meu pai.

Só poderia reconhecer que preciso de um homem quando “devolvesse” o lugar do meu pai, curasse a relação com a minha mãe e voltasse para o meu lugar de filha e mulher

Somente quando eu busquei olhar e ressignificar minhas próprias dores e dificuldades é que consegui trazer esse movimento também para o meu parceiro. Conversamos muito e conseguimos perceber que assim como eu estava fora do meu lugar na relação, ele também estava.

Eu a “mulher trator”, ele o “filhinho da mamãe”

E decidimos que cada um precisava buscar ajuda se quiséssemos continuar juntos. Não adiantava eu querer desocupar a cadeira do homem na relação, se ele não estivesse disposto a ocupá-la.

Eu já falava bastante para o meu parceiro sobre os conteúdos do Paulo, mas foi quando ele participou de um Workshop para homens que realmente entendeu o quanto tinha questões para curar em relação a sua energia masculina, não só para poder ocupar o lugar de homem na relação, mas também na vida, no trabalho, nas amizades…

A partir daí, ele fez o Curso do Homem Inteiro, participou da Imersão Presencial e voltou outro!

…..e eu continuei minhas buscas para olhar também para minha energia do feminino. E é tão bom fazer isso hoje!”

Quer saber mais sobre essa história e como ela acaba?